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"ROGER HODGSON COLOCA O RIO AOS SEUS PES"

Publicado em O DIA

6 de Setembro de 2008


Um bom show musical acontece toda vez que o artista consegue conquistar a platéia. Um excepcional show acontece quando a platéia consegue conquistar o artista. Foi isso o que aconteceu na noite desta sexta-feira no palco do Vivo Rio, com Roger Hodgson, ex-líder do Supertramp (banda de grande sucesso no fim dos anos 70 e início dos 80).


O inglês, responsável por hits como 'The logical song', 'Dreamer' e 'It's raining again', começou o show com 'Take the long way home', outro mega sucesso, perfeito para deixar todos aos seus pés e para receber uma ruidosa ovação do público. Se não bastasse, Roger pegou um maço de folhas de papel e se arriscou ao tentar falar várias frases longas em portugués. Depois, 'Give a little bit' e a certeza de que a noite estava ganha.


As conversas que aconteciam antes do show, falando do desconhecimento dos jovens em relação as músicas do Supertramp se mostraram uma preocupação que não se concretizou. A maioria de quarentões se misturava aos mais jovens e alguns mais velhos, em refrões a assobios que fizeram o cantor sorrir, demonstrar surpresa com a receptividade da platéia, sorrir para quem fazia a sua filmagem pirata e comentar com os membros da banda que estava tudo "muito legal".


Por sinal, a banda que acompanha Roger Hodgson em sua turnê brasileira é um caso a parte. Normalmente o músico se apresenta sozinho ou acompanhado por apenas um saxofonista. Para a turnê brasileira ele recrutou músicos e acertou. Aaron McDonald (sax, gaita, piano, vocais), Jesse Siebenberg (baixo e voz) e Bryan Head (bateria) faziam apenas o segundo show juntos (o primeiro havia sido em Brasília, na quinta-feira) e não erraram uma nota (com destaque para Bryan, que arrebentou nas viradas e no peso que deu as músicas). Houve quem dissesse que era fechar os olhos e imaginar que estava ouvindo um disco do Supertramp. Perdeu quem fez isso e não viu o show de simpatia e satisfação dado por Roger.


Os arranjos e a seleção de músicas, que incluiu praticamente todos os hits compostos por Roger e algumas das mais belas composições da sua carreira solo, ganharam com a nova banda. Parece que a ausência de Rick Davies (fundador do Supertramp) e dos outros membros da banda deram mais liberdade e, apesar de ainda presente, livraram da obrigação do solo de sax em todas as músicas.


Depois de quase duas horas de apresentação, Roger e a banda saíram do palco para voltarem em um bis que começou com 'School' (que havia sido pedida pela platéia) e 'It's raining again', que transformou a casa de espetáculos em um

grande salão de festas onde todos levantaram, subiram nas cadeiras, dançaram, cantaram alto e deixaram um sorriso que não dava para esconder em todos que estavam lá, inclusive os músicos.



 

"ROGER HODGSON GETS RIO AT HIS FEET"

Posted in O DIA

September 6th, 2008


English translation by Abel Fuentes


A musical show is good when the artist captivates the audience. A musical show is exceptional when the audience captivates the artist. And that's what happened last Friday on Vivo Rio stage thanks to Roger Hodgson, former leader of Supertramp, a band that had a big success during late 70s and early 80s.


The English man, responsible for hits as 'The logical song', 'Dreamer' and 'It's raining again', started the show with 'Take the long way home,' another greatest hit, a perfect song to get everyone at his feet and to

receive a loud applause from the audience. And if that wasn't enough, he took a log of paper sheets and tried to speak Portuguese. After that he played 'Give a little bit' and then there was no doubt he was going to win

that night.


Before the show, many people in the audience were talking about young people not knowing Supertramp songs, but actually there wasn't any reason to worry about. Most of the audience was composed by people in their forties, but there were also younger and older persons. The singer was surprised by the great welcome from the audience, and even smiled to the people who were doing their own bootleg recordings, saying to the rest of his band that everything there was "very lawful".


By the way, the band that plays with Roger Hodgson during his Brazilian tour is a special case. Usually he plays alone or just with a saxophonist, but he has recruited some musicians for his Brazilian tour and he has got right. Aaron McDonald (sax, bagpipes, piano and vocals), Jesse Siebenberg (bass and vocals) and Bryan Head (drums) placed together for the second time (the first time was the day before in Brasilia) and they were perfect (especially Bryan, who was superb giving a big soundness to every song). Someone said that if he closed his eyes he thought himself listening to a Supertramp record, but it was better to open the eyes and enjoy the pleasant and lively show Roger played.


The arrangements and the selection of songs, which included all the hits Roger wrote and some of the most beautiful songs from his solo career, improved with the new band. It seems that the absence of Rick Davies

(founder of Supertramp) and the rest of band members gave more freedom to the show and, though there was a sax on the stage, saved them from including a sax solo in every song.


After almost two hours playing, Roger and his band left the stage to return with an encore that started with 'School' (a song that the audience had asked for) and ended with 'It's raining again,' turning the venue into a big ballroom where everybody stood up, got on the chairs, danced and sang. All the people there left the venue with an indelible smile on their faces, the musicians too.


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